Este é o espaço criado para que, através da leitura e da música, consigamos alcançar o deleite da alma.
quinta-feira, 17 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Pai
Perdi meu pai,
amoroso e gentil,
que desde mundo partiu.
mas do meu peito não sai.
Perdi meu pai!
Aí! Como doi as lembranças
de desde a mais terna infância
Agora, não mais.
Perdi meu pai!
Pra saudade não há remédio,
a dor é o meu tédio
Minha alma se esvai.
Perdi meu pai
e busco em Deus o consolo
pra mi'alma o repouso
e uma lágrima cai.
A.F.F
segunda-feira, 14 de março de 2011
Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
Sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Florbela Espanca
domingo, 13 de março de 2011
Ela/ Ele Uma bela canção( letra e melodia)
Ela/Ele
Sandy
Ela via o mundo
Ele via o mundo
Viam sob a mesma luz
Isso é tudo e era tudo que havia entre os dois em comum
Se conheceram no inverno de 2002
No vento um prelúdio do viria depois
Do frio
Desculpa se fez pra ele estender seu casaco nos ombros dela
O inverno então se desfez
Quando ela em troca lhe deu com o olhar um abraço
Ele era um aspirante a poeta
Ela era a inspiração
E pra ele qualquer coisa nela despertava uma canção
Ela que sempre buscava em tudo um porque
Com ele bastava estar, sentir e vicer
O tempo voava pros dois
E nem todo tempo do mundo seria o bastante
Os dias vividos a dois, provavam que a
eternidade é só um instante
Pus meu sonho num navio
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Cecilia Meireles
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